A primeira Escola Normal brasileira foi criada em Niterói, Rio de
Janeiro, no ano de 1835. O Curso Normal criado em 1835 tinha o objetivo de
formar professores para atuarem no magistério de ensino primário e era
oferecido em cursos públicos de nível secundário (hoje Ensino Médio). A partir
da criação da escola no Município da Corte, várias Províncias criaram Escolas
Normais a fim de formar o quadro docente para suas escolas de ensino primário.
Desde então o movimento de criação de Escolas Normais no Brasil esteve marcado
por diversos movimentos de afirmação e de reformulações, mas não obstante a
isso, o Ensino Normal atravessou a República e chegou aos anos 1940/50, como
instituição pública fundamental no papel de formadora dos quadros docentes para
o ensino primário em todo o país.
Ao longo de sua trajetória, essa escola, “cuja origem e desenvolvimento
vinculase à difusão dos ideais liberais de secularização e expansão do ensino
primário” passaram por ela, independentemente do período e do seu nome na respectiva
época (Normal, Secundária, Complementar, Normal Primária, Instituto de
Educação, Normal Modelo, Caetano de Campos, com cursos de 5, 4, 3 ou 2 anos).
Segundo Noemi Silveira Rudolfer: “Ela é mais que os edifícios nos quais se
desenvolveu e mais que os nomes daqueles que lhe guiaram o leme. (…) A Escola
‘Caetano de Campos’ de hoje, a Escola Normal da Capital de ontem ou o Instituto
de Educação de hoje tem prestado serviços Edifício inaugurado em 1894 para
abrigar a Escola Normal, na Praça da República (centro da capital), atualmente
sede da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo.
(foto recolhida no blog, provavelmente dos arquivos do IECC do CRE M.
Covas)
Continuando minha pesquisa sobre o trabalho de Noemi Silvera Rudolfer,
descobri que em trio com a escritora, também ex-caetanista, CecíLia Meireles e
Armanda Álvaro Alberto, Noemi Rudolfer lançou o Manifesto de 1932, também
conhecido como Manifesto dos Pioneiros de 1932, que você pode encontrar no
livro referenciado abaixo:
Michael McDonald Hall; Lígia Martha Coimbra da Costa Coelho; Maria Elisabete Sampaio Prado Xavier; Sérgio Eduardo Montes Castanho; José Luis Sanfelice; José Claudinei Lombardi;
Universidade
Estadual de Campinas . Faculdade de Educação
O trabalho tem o propósito de analisar as trajetórias e os dilemas das
três signatárias do Manifesto pela Reconstrução Educacional do Brasil: Armanda
Álvaro Alberto, Cecília Meireles e Noemi Silveira Rudolfer. O documento, também
conhecido como Manifesto dos Pioneiros de 1932, foi elemento importante no novo
contexto político, econômico, social e cultural que emergia pós-revolução de
1930. As trajetórias e os dilemas das mulheres signatárias são reveladores dos
movimentos que afloravam nas primeiras décadas do século XX no país e indicam o
compromisso de cada uma com a educação, arena de debates e disputas no processo
de modernização pelo qual passava a sociedade brasileira no período. Nesse
sentido, são investigadas as relações, contradições e coerência entre as ações
das signatárias, a educação da época e a concepção da Escola Nova. Não se trata
de biografias, mas da análise da participação de Armanda, Cecília e Noemi como
sujeitos históricos
(transcrição do site da Biblioteca Digital OAI)
Sobre
Noemi Silveira Rudolfer posso lhes dizer que foi a introdutora do Método Piaget no Brasil
e fundadora da APAE(Associação de Pais e Amigos das
crianças Excepcinais).
Primeira professora brasileira de Psicologia da Caetano de Campos, a
Escola Modelo da Praça, esta pioneira dos anos 30 levou para São Paulo
especialistas estrangeiros que atuaram na nossa escola e esteve presente quando
a FFLCH foi instalada provisoriamente no 3° andar da nossa escola.
Segundo Mathilde Neder, especialista em psicossomática, é
maravilhoso pensar e acompanhar as produções dessa área e, inclusive, produzir
nessa área.
Pensando na história da psicossomática no Brasil, podemos dizer que
Noemi da Silveira Rudolfer foi a figura mais marcante nos primórdios do
estudo desse campo. Noemi pertenceu à Academia Paulista de Psicologia e era
professora da Universidade de São Paulo.
Foi a primeira professora de psicologia da Universidade de São Paulo e,
penso, do Brasil. Ela foi a primeira professora na Caetano de Campos e depois
foi para a Universidade. Lá, ela dava aulas no curso de Pedagogia, o primeiro
que incluía a disciplina Psicologia. Depois deu aulas de psicologia no curso de
Filosofia. Noemi também ensinava Psicologia Educacional na Seção Geral de
Pedagogia. Fora da universidade ela fazia psicologia clínica, era
psicoterapeuta e, posteriormente, garantiu sua formação em psicanálise, indo e
vindo de São Paulo para o Rio várias vezes na semana, sem deixar a sua cadeira
na universidade de São Paulo.
O artigo abaixo
foi gentilmente enviado pela Heloisa Rocha Salvato.
Foi com surpresa e muita gratidão que encontrei esta postagem , mais uma contribuição para este blog !
ResponderExcluirMuito grata !